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3 de jan. de 2018

Relações Abusivas

Como Reconhecer um Relacionamento Abusivo


Dois Métodos:

  • Revelando pessoas manipulativas
  • Colocando a si mesma em primeiro lugar

 


Você está envolvida em um relacionamento estranho e destrutivo? Seus velhos amigos estão se distanciando ao mesmo tempo que parentes dizem que você parece não gostar de si mesma? Antes de obter novamente a individualidade e força, é necessário determinar se o relacionamento está realmente tirando algo de você; caso a resposta seja positiva, é necessário colocar um ponto final a esse ciclo de destruição.
Nota: o texto está escrito no feminino para a pessoa manipulada e no masculino para o abusador, mas pode ser ao contrário ou ter outras combinações (como mãe-filha, por exemplo, pai-filho, amiga-amiga, casais homossexuais, etc.).

Método 1 - Revelando pessoas manipulativas

 1.      Verifique se algum dos sinais de abuso ou manipulação estão presentes.

Leia os tópicos abaixo e responda honestamente, sem justificar o comportamento do parceiro – não diga “ele nem sempre é assim” ou “só aconteceu uma ou duas vezes” –, pois se isso já ocorreu, é um problema grave. Basta responder “sim” ou “não”; mesmo três ou quatro respostas positivas significam que é hora de ir procurar outra pessoa, que trate você com o respeito que merece. Seu parceiro [1]:
  • Zomba de, ou constrange, você na frente dos amigos e da família?
  • Minimiza suas conquistas ou não incentiva você a conquistar seus sonhos?
  • Faz com que você se sinta incapaz de tomar decisões?
  • Usa da intimidação, culpa e ameaças para obter sua complacência?
  • Diz o que você deve ou não vestir?
  • Fala como deve deixar ou pentear o cabelo?
  • Diz que você não é nada sem ele ou que ele não é nada sem você?
  • Te trata de maneira grosseira sem o seu consentimento, beliscando, agarrando, empurrando ou até agredindo?
  • Faz várias ligações por noite ou aparece para garantir que você está onde disse que estaria?
  • Usa as drogas e álcool como desculpa para dizer coisas indelicadas ou para abusar de você?
  • Te culpa pela maneira com que age ou se sente?
  • Faz pressão para fazer sexo, mesmo que você ainda não se sinta preparada?
  • Dá a sensação de que “não há como sair” do relacionamento?
  • Evita que você faça outras coisas que gosta, como ficar perto da família e de amigos?
  • Não deixa que saiam de um lugar após uma briga ou abandona você em algum lugar após um desentendimento, só para “ensinar uma lição”?

2.      Fique atenta a histórias ou rumores sobre o parceiro.

  • Já ouviu várias versões da mesma história? Os amigos contam coisas sobre ele que você nunca tomou conhecimento ou que o parceiro sempre rejeitou? As “meias-verdades” e memórias seletivas geralmente significam que a pessoa está “modelando” a verdade para você, o que é um indicativo grave de manipulação; descubra o que é realmente mentira e o que é verdade.
  • Ao controlar e manipular, o parceiro não mentirá, mas sim falará apenas “meias-verdades” e omitirá fatos. Ao analisar bem, será possível perceber que há coisas estranhas para levar você a pensar melhor, mas não o suficiente para reanalisar todo o relacionamento.
  • Caso isso aconteça mais do que uma vez, pare e lembre-se de que não é a primeira vez que você teve essa reação. Comece a analisar as discrepâncias entre o que essa pessoa diz e compare com as declarações dos amigos dela. Ao encontrar muitas diferenças, fale com o parceiro sobre o assunto; se a reação ou as respostas dele não forem satisfatórias, é hora de reavaliar o relacionamento de forma séria.

3.      Mantenha os amigos por perto, principalmente se o parceiro estiver tentando fazer com que você se distancie deles.

  • O isolamento é uma tática para dominar você, e o parceiro abusivo buscará até uma maneira de fazer com que pareça que a decisão de ficar longe deles é sua. Verifique se o parceiro está sempre falando pelas costas dos amigos, fazendo piadas sobre sua família ou discutindo com você em noites em que você for sair com amigos. Se for o caso, o relacionamento é tóxico e deve ser evitado a qualquer custo.
  • Pessoas controladoras adoram causar tensão e drama e vão “agitar” a situação de várias formas. Provocações, agir de forma passivo-agressiva e iniciar conflitos são algumas delas; depois, como se fossem crianças inocentes que nada fizeram, vão levantar as mãos e apontar o dedo na direção de seus amigos e parentes.
  • É muito mais fácil para que a pessoa manipule quando você estabelecer que há muita tensão entre o parceiro e os entes queridos, fazendo com que em breve você não tenha mais ninguém para pedir ajuda, a não ser ele.

4.      Dispense comportamentos excessivos de possessividade e ciúme.

  • É legal quando o parceiro te protege, mas exageros são sempre assustadores e incômodos. Ele fica “interrogando” e perguntando onde você estava ao se atrasar cinco minutos por chegar em casa ou ao sair sem comunicar a ele? O manipulador pergunta com muita agressividade sobre o porquê de conversar com um certo indivíduo? Ou diz que você não se importa com ele só porque saiu uma vez com os amigos?
  • Um pouco de ciúme é normal, até “bonitinho”. Mas isso não deve afetar os relacionamentos diários, pois é indício de que o parceiro não acredita em você. Não vale a pena nutrir afeto por um parceiro que não confia em você.

5.      Ao se ver em situações em que você não leva vantagem, distancie-se.

  • Por exemplo: o seu parceiro pode atrasar duas horas, mas você é “atacada” ao atrasar cinco minutinhos? Ou se o manipulador flertar com outro é “só uma brincadeira”, mas ao cumprimentar alguém, você é acusada de ser infiel? O manipulador reclama se você poupa dinheiro, mas também se o gasta? Ou seja, a culpa é sempre sua, o que é algo imperdoável e que não pode acontecer. São formas que esse indivíduo usa para mexer com sua cabeça, muito comuns em relacionamentos manipulativos. Como ele sempre tem razão e você está sempre errada, saia o quanto antes de perto dele!

6.      Ignore as tentativas falsas do manipulador em ser “legal”.

  • Isso acontece depois que a pessoa faz algo imperdoável e depois quer o seu perdão. Fique atenta e verifique se o comportamento inadequado dele volta a acontecer assim que ele acredita que já a “fisgou” novamente e conta com sua “complacência”.
  • Nesse momento, o controlador pode até começar a chorar, dizendo que deseja sua ajuda para mudar, principalmente quando você disser que não vai tolerar mais tais comportamentos. Muito provavelmente, o parceiro dará presentes e coisas caras para tentar impressionar e ganhar uma segunda chance. Caso ele traia sua confiança novamente, corte relações e distancie-se.


Método 2 - Colocando a si mesma em primeiro lugar

1.  Seja honesta com você mesma, ainda que seja doloroso.

  • Não vai ser algo legal; afinal, relacionamentos manipulativos nunca são. Mas é necessário fazer uma “reciclagem” para saber quais são as preocupações e os sentimentos que nunca entenderá. Esse relacionamento é saudável ou não?
  • Tente ser o mais objetiva possível, analisando como as coisas mudaram desde que conheceu a pessoa.
  • Seja honesta: o sexo interfere em seu julgamento?
  • Independentemente de o parceiro ser ótimo de cama ou não, essa nunca deve ser a única razão para relacionar-se com ele.

2. Pense em como ele faz você se sentir.

  • A pessoa que mais deve ser valorizada em sua vida é você mesma, não é? Não ache que seus sentimentos são exagerados, sem importância ou tendenciosos; ao não ficar à vontade no relacionamento, quer dizer que o outro indivíduo não está tratando você bem. Distancie-se dele e ponto final. Isso é ainda mais válido se ao identificar as seguintes situações:
  • Sentir-se assustada pela forma como parceiro vai agir ou reagir.
  • Sentir-se responsável pelos sentimentos do parceiro.
  • Arrumar desculpas para justificar o comportamento do manipulador a outras pessoas.
  • Acreditar que tudo é sua culpa.
  • Evitar qualquer coisa que possa causar conflito ou irritar o parceiro.
  • Sentir que o parceiro nunca está feliz com você.
  • Fazer sempre o que ele quer e nunca o que você deseja.
  • Ficar com o parceiro pois tem medo do que ele pode fazer ao terminarem o relacionamento.

3. Analise o resto dos seus relacionamentos.

  • A relação que possui com parentes e amigos estão cada vez mais tensas sempre que o nome do manipulador é trazido à tona, ou quando você fala sobre amigos e família com o parceiro? Se “todos” que se importam com você demonstram preocupação quando o nome do sujeito é falado, algo está errado.
  • O parceiro faz com que você mostre suas características boas ou ruins? É necessário amar a si mesma sempre, pois você é uma pessoa incrível. Caso não se sinta assim, muito provavelmente a energia negativa dele a está manipulando para chegar ao mesmo nível baixo desse indivíduo.
  • Esteja atento à maneira com que ele se comporta perto de sua família e amigos, em especial se ele falar mal deles e discutir com eles a todo momento.
  • Decidir que é “mais fácil” ignorar os amigos e família é determinar que esse abusador conseguiu manipulá-la e venceu. É fundamental acabar com esse relacionamento tóxico.

4. Ignore suas próprias desculpas, pois está sendo tendenciosa devido ao amor.

Apaixonar-se intensamente não é algo necessariamente ruim, mas não é saudável ter olhos apenas para essa pessoa por muito tempo, pois você poderá “fingir-se de cega” aos sinais de que algo está errado, mesmo quando amigos e familiares avisarem a mesma coisa. É importante ter momentos para refletir e saber o que é certo e o que é errado. Distancie-se do relacionamento durante alguns – da maneira que puder – e pergunte a si mesma:
  • Está sempre se desculpando ou defendendo o comportamento do parceiro em relação a você? Em relacionamentos saudáveis, isso não deve ser algo normal, pois a outra pessoa deve ser boa o suficiente para mostrar que é óbvio o porquê de estarem juntos.
  • Você esconde coisas das pessoas? É necessário ter privacidade, claro, mas não “esconda o monstro” embaixo da cama. O problema não é ocultar fatos, mas sim que você está saindo com alguém que não é boa pessoa, exigindo que mantenha certos segredos.
  • Você faz sempre o que o parceiro quer? Com certeza você não está em um relacionamento sério para sofrer com outro “chefe” mandando também em sua vida, não é? Todos têm direito a dar uma opinião e que elas sejam respeitadas. Esqueça pessoas que não a levam em consideração.
  • Perdeu o contato com amigos e parentes? Independentemente da paixão que tiver pela pessoa, nunca perca o contato com grandes amigos e familiares por causa do namorado. Se for manipulador, ele tentará isolar você devido à facilidade de controlar suas ações, em especial se for do tipo que sempre falar mal de seus amigos e parentes.

5. Pare de odiar a si mesma por amá-lo e termine o relacionamento o mais rápido possível.

  • Reconheça que a pessoa é incrível – superficialmente – e que você não deve se punir por sentir atração por ela. É normal que os manipuladores tenham características de inteligência e charme, e é exatamente por isso que conseguem controlar outras pessoas. O melhor a se fazer é cortar as relações com esses indivíduos, pois são rasos e não merecem seu tempo. Além disso, a culpa disso é do manipulador, não da manipulada; isso só está ocorrendo é porque você é melhor que ele, o que é mais uma razão para deixá-lo a ver navios.
  • É necessário entender que o manipulador usa seu amor por ele contra você, prendendo-a no relacionamento. Não é culpa sua por amá-lo; ele que deve ser responsabilizado por usar o seu amor como vantagem para ter controle.

Dicas

  • Não seja ruim com o parceiro. Não é necessário ser igual a ele para fugir do relacionamento; apenas diga que não há compatibilidade e você não deseja continuar o namoro ou casamento. Ponto final. É desnecessário ficar explicando todos os “sinais de aviso” desse artigo, pois esse tipo de pessoa nunca vai reconhecer que está errado. É como ensinar um porco a cantar – você perderá seu tempo e o porco vai ficar mais nervoso ainda.
  • Se o manipulador já a ameaçou, leve isso a sério e tenha um plano de segurança. Nunca subestime o quão longe certas pessoas podem chegar para manter alguém sob seu poder. Não hesite em ligar para a polícia caso julgue necessário.
  • Confesse os erros aos amigos e famílias. Peça desculpas para eles – nunca para o manipulador – por marginalizá-los e não considerar a opinião ruim que tinham sobre essa pessoa. Diga também que deveria ter dado ouvido a eles ao mesmo tempo em que externa toda a mágoa e raiva que sentiu, pois seus amigos e parentes ficarão felizes em compartilhar esse momento. Fale que cortou a relação com a pessoa e que o relacionamento acabou, para a felicidade de todos.
  • Não despreze as opiniões de amigos e parentes, pois eles apenas querem o seu bem. Uma pessoa pode ser ignorada, mas não todas; elas estão dizendo que seu comportamento está estranho ultimamente, ou que parece estar diferente, mas não de maneira positiva? Alguém que você ama já mostrou descontentamento com seu parceiro?
  • O estabelecimento de controle é sutil e geralmente ocorre com o passar do tempo. Todo o propósito do artigo é ajudar a examinar seu relacionamento e procurar sinais que indiquem que isso está acontecendo, já que eles podem ser sutis. Um sinal por si só pode não ser problema, mas vários deles já é motivo para conversar sobre o assunto com parentes e amigos. Caso eles afirmem que já perceberam esses indícios, pode ser hora de reavaliar a relação – se possível, fora do controle do parceiro.
  • Quando tais manipuladores parecem dizer uma coisa, mas fazem outra, abra os olhos e não ouça o que dizem. Decida-se com base no comportamento e a conduta dele em vez de ouvir o que ele fala. Muitas vezes, as desculpas não são sinceras – o que os controladores querem de fato dizer é “Desculpe por não gostar, mas eu farei isso de novo".

Avisos

  • Pessoas que controlam e manipulam os outros são influenciadas por fatores externos, como pais abusivos ou transtornos mentais e clínicos. Não há como mudar ou “salvar” esse tipo de pessoa, independentemente de quanto se importar com ela. As melhores opções de ajuda são se recusar a ser vítima e direcioná-la a um local para obter ajuda profissional.
  • Fique atento a comportamento agressivos e ameaças, inclusive aos amigos e parentes ou a cometer suicídio. Não confie em seu próprio julgamento para determinar se as ameaças são sérias; chame a polícia imediatamente. Provavelmente, é apenas uma pessoa difícil, não perigosa, mas é bom não arriscar. Se necessário, obtenha uma ordem de restrição e ligue para a polícia sempre que ela for infringida.
  • A compaixão não é um sentimento fácil de ser entendido ou aceito por essas pessoas, o que só machucará você ainda mais no final das contas, além de ser usado como uma arma pelo manipulador. Cortar relações com ele pode parecer algo cruel, mas isso acaba com as brigas e confrontos, forçando-o a continuar a vida ou procurar ajuda.

Fontes e Citações

1. [1] http ://sexualassault. virginia.edu/dv_checklist.htm
2. Fonte do artigo: https ://pt.wikihow .com/ Reconhecer-um-Relacionamento-Abusivo

 

Complementação – as dependências na Astrologia

Existem pelo menos 144 tipos básicos de personalidade, para cada signo solar, considerando as combinações para as 12 possibilidades de signo ascendente x 12 possibilidades para signo lunar. Exemplo: Sagitariano com Asc Capricórnio e Lua em Câncer é muito diferente de um Sagitariano com Ascendente Touro e Lua em Libra.
Mas, basicamente, considerando o signo solar ou o planeta regente no eixo Ascendente/Descendente (Asc/Dsc), temos:
  • Áries ou Marte Asc/Dsc: tem a arrogância de achar que é mais forte que o opressor.
  • Touro ou Ceres/Vênus Asc/Dsc: se ajusta, se acomoda ou “assenta” na situação, a mudança causa um desconforto maior, então deixa a pessoa montar e a alimenta.
  • Gêmeos ou Mercúrio Asc/Dsc: "vou mostrar que não sou trouxa, sou mais esperto e vou dar o troco."
  • Câncer ou Lua Asc/Dsc: "essa pessoa precisa de mim para cuidar dela e nutri-la e não vai me largar nunca; uma relação de dependência me dá segurança"
  • Leão ou Sol Asc/Dsc: "eu tenho a força para sair dessa a qualquer momento, essa pessoa não seria nada sem mim"
  • Virgem ou Quíron/Mercúrio  Asc/Dsc: "eu sei quais são os problemas dessa pessoa e vou cuidar dela; se não ajudá-la vou me sentir culpado"
  • Libra ou Vênus Asc/Dsc: "eu posso cuidar dessa pessoa pois conheço suas necessidades como ninguém, mais tarde cuido de mim"
  • Escorpião ou Plutão/Marte Asc/Dsc: "vou destruir esta pessoa antes que ela me destrua"
  • Sagitário ou Júpiter Asc/Dsc: "ninguém me faz de trouxa e essa pessoa é ‘juninho’, conheço todos os truques."
  • Capricórnio ou Saturno Asc/Dsc: "investi tanto que o fim deste relacionamento é um fiasco que não quero que meus amigos e familiares fiquem sabendo."
  • Aquário ou Urano/Saturno Asc/Dsc: "saio quando quiser, não estou preso a ninguém."
  • Peixes ou Netuno/Vênus Asc/Dsc: "meu sacrifício um dia será reconhecido e essa pessoa vai ser grata e passar a me tratar bem."

O Tratamento: Apoio Terapêutico com essências florais e Reiki

Para esses casos, com frequência eu formulo o apoio com as essências florais, numa abordagem complexa e alquímica, que varia para cada caso, mas que basicamente seria:
  • romper os laços energéticos por onde se dá a manipulação obsessora
  • tirar a pessoa da posição de vítima, coitadinha, impotente.
  • tratar traumas passados de abandono, rejeição que possam ter levado a uma posição de co-dependência e medo de solidão
  • reforçar auto-estima e reconhecimento de merecimento
  • adotar atitude de dizer 'não", de não permitir situações de abuso, exploração e manipulação.
  • bloquear acesso e contato nas mídias sociais

Existem várias essências florais para cada um destes temas. 
Se necessário, marco uma ou mais sessões de Reiki para tratar o campo energético, limpar padrões mentais e emocionais.
Estudo também o mapa astrológico de nascimento da pessoa e os trânsitos astrológicos para saber quais os arquétipos estão em ação.

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8 de abr. de 2017

A Pequena Alma e o Sol



FONTE: Um conto francês, por Neale Donald Walsch.


Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus:
— Eu sei quem sou!
E Deus disse:
— Que bom! Quem és tu?
E a Pequena Alma gritou:
— Eu sou Luz
E Deus sorriu.
— É isso mesmo! — exclamou Deus. — Tu és Luz!
A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.
— Uauu, isto é mesmo bom! — disse a Pequena Alma.
Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava. A pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. Então foi ter com Deus (o que não é má ideia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É), e disse:
— Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?
E Deus disse:
— Quer dizer que queres ser Quem já És?
— Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! — respondeu a pequena Alma.
— Mas tu já és Luz — repetiu Deus, sorrindo outra vez.
— Sim, mas quero senti-lo! — gritou a Pequena Alma.
— Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira — disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou.
— Há só uma coisa…
— O quê? — perguntou a Pequena Alma.
— Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.
— Hã? — disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.
— Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões, zilhões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. Não seria um sol sem uma das suas velas… e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz — eis a questão.
— Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! — disse a Pequena Alma mais animada.
Deus sorriu novamente.
— Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão — disse Deus.
— O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.
— É aquilo que tu não és — replicou Deus.
— Eu vou ter medo do escuro? — choramingou a Pequena Alma.
— Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos inventando tudo. Estamos fingindo.
— Ah! — disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.
Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.
— É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é — disse Deus — Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, — continuou Deus — quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão. Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!
— Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? — perguntou a Pequena Alma.
— Claro! — Deus riu-se. — Claro que podes! Mas lembra-te de que “especial” não quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!
— Uau — disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. — Posso ser tão especial quanto quiser!
— Sim, e podes começar agora mesmo — disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma
— Que parte de especial é que queres ser?
— Que parte de especial? — repetiu a Pequena Alma. — Não estou entendendo.
— Bem, — explicou Deus — ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?
A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.
— Conheço imensas maneiras de ser especial! — exclamou a Pequena Alma — É especial ser prestativo. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.
— Sim! — concordou Deus — E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.
— Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! — proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. — Quero ser a parte de especial chamada “perdão”. Não é ser especial alguém que perdoa?
— Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.
— Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim — disse a Pequena Alma.
— Bom, mas há uma coisa que devias saber — disse Deus.
A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação.
— O que é? — suspirou a Pequena Alma.
— Não há ninguém a quem perdoar.
— Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.
— Ninguém! — repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.
Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que tinha se aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados — de todo o Reino — porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava tendo uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles diziam. Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.
— Então, perdoar quem? — perguntou Deus.
— Bem, isto não vai ter graça nenhuma! — resmungou a Pequena Alma — Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial. E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste. Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:
— Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.
— Vais? — a Pequena Alma animou-se. — Mas o que é que tu podes fazer?
— Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!
— Podes?
— Claro! — disse a Alma Amiga alegremente. — Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.
— Mas por quê? Por que é que farias isso? — perguntou a Pequena Alma. — Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?
— É simples — disse a Alma Amiga. — Faço-o porque te amo.
A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.
— Não fiques tão espantada — disse a Alma Amiga — tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos lugares. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau — fomos ambas a vítima e o vilão. Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.
— E assim, — a Alma Amiga explicou mais um bocadinho — eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má” desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.
— Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? — perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.
— Oh, havemos de pensar em alguma coisa — respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.
Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, e disse numa voz mais calma:
— Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?
— Sobre o quê? — perguntou a Pequena Alma.
— Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.
— Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! — exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: — Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!
Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.
— O que é? — perguntou a Pequena Alma.
— O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!
— Claro que esta Alma Amiga é um anjo! — interrompeu Deus, — são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.
E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.
— O que é que posso fazer por ti? — perguntou novamente a Pequena Alma.
— No momento em que eu te atacar e ferir, — respondeu a Alma Amiga — no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento…
— Sim? — interrompeu a Pequena Alma
— Sim?
A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.
— Lembra-te de Quem Realmente Sou.
— Oh, não me hei de esquecer! — gritou a Pequena Alma — Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.
— Que bom, — disse a Alma Amiga — porque, sabes, eu vou estar fingindo tanto, que eu própria vou me esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar as duas de Quem Somos.
— Não vamos, não! — prometeu outra vez a Pequena Alma. — Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva — a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.
E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão. E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.
E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza — principalmente se trouxesse tristeza — a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito:
— Lembra-te sempre, — Deus aqui tinha sorrido — não te enviarei senão anjos.


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Rômulo Grandi