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8 de abr. de 2017

A Pequena Alma e o Sol



FONTE: Um conto francês, por Neale Donald Walsch.


Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus:
— Eu sei quem sou!
E Deus disse:
— Que bom! Quem és tu?
E a Pequena Alma gritou:
— Eu sou Luz
E Deus sorriu.
— É isso mesmo! — exclamou Deus. — Tu és Luz!
A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.
— Uauu, isto é mesmo bom! — disse a Pequena Alma.
Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava. A pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. Então foi ter com Deus (o que não é má ideia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É), e disse:
— Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?
E Deus disse:
— Quer dizer que queres ser Quem já És?
— Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! — respondeu a pequena Alma.
— Mas tu já és Luz — repetiu Deus, sorrindo outra vez.
— Sim, mas quero senti-lo! — gritou a Pequena Alma.
— Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira — disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou.
— Há só uma coisa…
— O quê? — perguntou a Pequena Alma.
— Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.
— Hã? — disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.
— Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões, zilhões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. Não seria um sol sem uma das suas velas… e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz — eis a questão.
— Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! — disse a Pequena Alma mais animada.
Deus sorriu novamente.
— Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão — disse Deus.
— O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.
— É aquilo que tu não és — replicou Deus.
— Eu vou ter medo do escuro? — choramingou a Pequena Alma.
— Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos inventando tudo. Estamos fingindo.
— Ah! — disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.
Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.
— É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é — disse Deus — Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, — continuou Deus — quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão. Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!
— Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? — perguntou a Pequena Alma.
— Claro! — Deus riu-se. — Claro que podes! Mas lembra-te de que “especial” não quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!
— Uau — disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. — Posso ser tão especial quanto quiser!
— Sim, e podes começar agora mesmo — disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma
— Que parte de especial é que queres ser?
— Que parte de especial? — repetiu a Pequena Alma. — Não estou entendendo.
— Bem, — explicou Deus — ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?
A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.
— Conheço imensas maneiras de ser especial! — exclamou a Pequena Alma — É especial ser prestativo. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.
— Sim! — concordou Deus — E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.
— Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! — proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. — Quero ser a parte de especial chamada “perdão”. Não é ser especial alguém que perdoa?
— Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.
— Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim — disse a Pequena Alma.
— Bom, mas há uma coisa que devias saber — disse Deus.
A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação.
— O que é? — suspirou a Pequena Alma.
— Não há ninguém a quem perdoar.
— Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.
— Ninguém! — repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.
Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que tinha se aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados — de todo o Reino — porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava tendo uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles diziam. Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.
— Então, perdoar quem? — perguntou Deus.
— Bem, isto não vai ter graça nenhuma! — resmungou a Pequena Alma — Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial. E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste. Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:
— Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.
— Vais? — a Pequena Alma animou-se. — Mas o que é que tu podes fazer?
— Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!
— Podes?
— Claro! — disse a Alma Amiga alegremente. — Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.
— Mas por quê? Por que é que farias isso? — perguntou a Pequena Alma. — Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?
— É simples — disse a Alma Amiga. — Faço-o porque te amo.
A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.
— Não fiques tão espantada — disse a Alma Amiga — tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos lugares. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau — fomos ambas a vítima e o vilão. Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.
— E assim, — a Alma Amiga explicou mais um bocadinho — eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má” desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.
— Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? — perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.
— Oh, havemos de pensar em alguma coisa — respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.
Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, e disse numa voz mais calma:
— Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?
— Sobre o quê? — perguntou a Pequena Alma.
— Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.
— Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! — exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: — Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!
Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.
— O que é? — perguntou a Pequena Alma.
— O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!
— Claro que esta Alma Amiga é um anjo! — interrompeu Deus, — são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.
E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.
— O que é que posso fazer por ti? — perguntou novamente a Pequena Alma.
— No momento em que eu te atacar e ferir, — respondeu a Alma Amiga — no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento…
— Sim? — interrompeu a Pequena Alma
— Sim?
A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.
— Lembra-te de Quem Realmente Sou.
— Oh, não me hei de esquecer! — gritou a Pequena Alma — Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.
— Que bom, — disse a Alma Amiga — porque, sabes, eu vou estar fingindo tanto, que eu própria vou me esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar as duas de Quem Somos.
— Não vamos, não! — prometeu outra vez a Pequena Alma. — Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva — a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.
E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão. E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.
E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza — principalmente se trouxesse tristeza — a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito:
— Lembra-te sempre, — Deus aqui tinha sorrido — não te enviarei senão anjos.


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Rômulo Grandi



24 de jan. de 2011

A Lagarta Peluda - uma parábola de Kryon

Parábolas de Kryon

"A Lagarta Peluda"



Na floresta a vida efervescia e, por debaixo do tapete de folhagens que cobria o chão, a grande e peluda lagarta falava ao seu grupo de lagartas seguidoras. Pouco havia mudado naquela comunidade. O trabalho da lagarta grande e peluda era tomar conta do grupo para que as tradições fossem mantidas e respeitadas. Afinal de contas, elas eram sagradas.
“Diz que”, falou a lagarta grande e peluda entre mastigadas no seu eterno lanche de folhas, “há um espírito da floresta que está, por todo o lado, oferecendo às lagartas um grande negócio”. Nham, nham, nham. “Eu decidi me encontrar com este espírito e depois vou lhes aconselhar sobre o que devemos fazer.”
“Onde é que você encontrará este espírito?”, perguntou uma das seguidoras.
“Ele virá até mim”, disse a peluda. “Afinal de contas, como vocês sabem, não posso ir muito longe. Não há comida além da vala. Não posso ficar sem comida.” Nham, nham, nham.
Então, quando a grande lagarta ficou sozinha, ela chamou pelo espírito da floresta e, algum tempo depois, o grande e silencioso espírito veio até ela. O espírito da floresta era belo, mas estava parcialmente oculto, já que a lagarta não estava acostumada a sair de sua aconchegante cama de folhas.
“Não consigo ver muito bem a sua face”, disse a lagartona.
“Venha um pouco mais para cima”, disse o espírito da floresta com uma voz gentil. “Eu estou aqui para que me veja.” Mas a lagarta permanecia no mesmo lugar onde estava. Afinal de contas, aquela era a sua casa e o espírito da floresta era o convidado.
“Não, obrigada”, disse a grande e peluda lagarta. “Vai me dar muito trabalho. Diga-me, que estória é essa que tenho escutado sobre um grande milagre oferecido apenas às lagartas – nem às formigas, nem às centopéias – apenas às lagartas?”
“É verdade”, disse o espírito da floresta. “Vocês mereceram um presente maravilhoso. E se vocês decidirem que o querem, lhes direi como obtê-lo.”
“Como foi que o merecemos?”, perguntou a grande e peluda lagarta, ocupada com a terceira folha desde o início da conversa. “Não me lembro de ter pedido nada.”
“Vocês o mereceram através dos maravilhosos esforços de toda uma vida mantendo sagrada a floresta”, disse o espírito.
“Pode apostar!”, exclamou a lagartona . “Eu faço isso todo santo dia, todo santo dia. Cê sabe, eu sou a líder do grupo. E é por isso que tá falando comigo e não com uma outra lagarta qualquer.” Ao ouvir este comentário, o espírito da floresta sorriu para a lagarta, embora ela não o tenha visto, já que havia decidido permanecer entre as folhagens. “Eu tenho mantido a floresta sagrada por muito tempo”, disse a lagarta. “O que eu ganho com isso?”
“É um presente maravilhoso”, respondeu o espírito da floresta. “Você agora, por meio de seus próprios esforços, é capaz de se transformar em uma belíssima criatura alada e voar! Suas cores serão magníficas e sua mobilidade surpreenderá a todos que a virem. Você poderá sobrevoar a floresta e ir a todas as partes que desejar. Você será capaz de encontrar comida em qualquer lugar e ainda encontrar outras belas criaturas aladas. Tudo isto poderá fazer imediatamente, se o quiser.
“Lagartas que voam?”, resmungou a peluda. “Não dá para acreditar! Se isto for verdade, então me mostre algumas destas lagartas voadoras. Eu quero vê-las.”
“É fácil”, respondeu o espírito. “Basta viajar para um lugar mais alto e olhar à sua volta. Elas estão por todo o lado, esvoaçando de galho em galho, tendo uma maravilhosa e abundante vida ao sol.”
“Sol?!”, exclamou a lagarta. “Se você for realmente o espírito da floresta, deve saber que o sol é quente para nós, lagartas - assa a gente, é o que faz - não é bom para nossos pêlos, cê sabe... temos que ficar no escuro - nada pior do que uma lagarta com o pêlo estragado.”
“Quando vocês se transformam na criatura alada, o sol aumenta sua beleza”, disse o espírito de maneira gentil e paciente. “Os antigos métodos de sua existência irão mudar dramaticamente, e vocês irão abandonar os velhos hábitos de lagartas no solo da floresta à medida que se alçam aos novos hábitos dos seres alados.”
A lagarta se calou por um instante. “Você quer que eu abandone a minha cama confortável e viaje para um lugar alto, exposto ao sol, só pr'eu ver uma prova?”
“Se você precisa de provas é o que tem que fazer”-  respondeu o paciente espírito.
“Não,” disse a lagarta, “não posso fazer isso. Preciso comer, cê sabe, né?. Não posso ir espiar em lugares estranhos e altos, debaixo de sol, quando tem trabalho por aqui. Perigoso demais da conta! De qualquer modo, se você fosse o espírito da floresta, deveria saber que os olhos das lagartas apontam pra baixo e não pra cima. O grande espírito da Terra nos deu bons olhos que apontam pra baixo para que possamos achar comida - qualquer lagarta sabe disso. O que você pede não parece muito o jeito das lagartas” - disse a peluda, cada vez mais desconfiada. “Olhar para cima não é uma coisa que fazemos toda hora”. A lagarta ficou quieta por um instante. “Então como conseguimos fazer esse negócio de voar?”
O espírito da floresta então explicou o processo da metamorfose. Ele explicou como a lagarta teria que se comprometer com a mudança, uma vez que ela não poderia revertê-la depois de iniciada. Ele explicou como a lagarta usaria sua própria biologia, enquanto estivesse dentro do casulo, para se transformar em uma criatura alada. Ele explicou como a mudança demandaria um sacrifício, um período de quieta escuridão enquanto estivesse no casulo até que tudo estivesse pronto para ela atingir a graduação de uma criatura voadora, bonita e multicolorida. A lagarta escutou em silêncio, sem interromper, exceto pelos ruídos da mastigação. Nham, nham, nham.
“Deixe-me ver se entendi bem”, disse afinal a lagarta, de maneira irreverente. “Você quer que todas nós nos deitemos e criemos a intenção para que alguma coisa biológica, da qual nunca ouvimos falar, nos domine. Então temos que deixar essa tal coisa biológica nova nos encasular totalmente no escuro durante meses?”
“Sim”, respondeu o espírito da floresta, sabendo bem até demais o rumo que a conversa tomaria em seguida.
“E você, como o grande espírito da floresta, não vai fazer isto por nós? Teremos que fazê-lo por nós mesmas? Eu pensei que havíamos merecido isso.”
“Mas vocês mereceram”, disse o espírito calmamente. “E ainda ganharam o poder de se transformarem com a nova energia da floresta. Mesmo agora, sentada em sua folha, seu próprio corpo já está equipado para fazer tudo isto.
“O que aconteceu com os dias em que a comida caía do céu, as águas se separavam e os muros das cidades caíam – coisas desse tipo? Não sou estúpida, cê sabe. Posso ser grande e peluda, mas tenho estado por aí já há um tempão. O espírito da Terra sempre faz o trabalho pesado e só o que temos que fazer é seguir as instruções. De qualquer modo, se todas nós fizéssemos o que pediu, morreríamos de fome! Qualquer lagarta sabe que tem que comer o tempo todo...” Nham, nham, nham... “para permanecer viva. Esse seu negócio novo aí parece meio suspeito pra mim”.
A lagarta pensou por um tempo e disse “Dispensado!!!” para o espírito da floresta, enquanto se virava procurando o lugar para a próxima mordida. O espírito da floresta partiu calmamente, como lhe foi pedido, enquanto escutava a lagarta resmungando para si mesma, “Lagartas que voam! Essa é demais!”, nham, nham.
No dia seguinte, a lagarta promulgou um edital e reuniu suas seguidoras para uma conferência. Tudo transcorria calmamente enquanto a multidão escutava com atenção o que a lagartona peluda tinha a dizer sobre seu futuro.
“O espírito da floresta é do mal”, proclamou a lagarta às suas seguidoras. “Ele quer nos enganar e nos levar para um lugar muito escuro onde fatalmente morreremos. Ele quer que acreditemos que de alguma forma nossos próprios corpos irão nos transformar em lagartas voadoras. Tudo o que temos que fazer é parar de comer por alguns meses!” Frase esta que surtiu uma grande gargalhada.
"O senso comum e a história podem lhes mostrar como o grande espírito da Terra sempre trabalhou”, continuou a lagarta. “Nenhum espírito do bem jamais irá conduzi-las a um lugar escuro! Nenhum espírito do bem irá lhes pedir que vocês mesmas façam coisas que são tarefas de Deus! Tudo isso é um truque do grande espírito demoníaco da floresta”. A lagarta se inflou com um ar de arrogância, pronta para o próximo comentário. “Eu me encontrei com o maligno e o reconheci!” As outras lagartas ratificaram esta afirmação e ficaram agitadas. Carregaram a lagartona peluda em suas pequenas costas peludas enquanto a adoravam por tê-las salvado da morte certa.
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Agora deixamos para trás este festival de lagartas e subimos gentilmente através da floresta. Enquanto a comoção lá embaixo começa a se distanciar de nossos ouvidos, passamos através do tapete de folhas que protege o chão da floresta das luzes do sol. Gentilmente nos movemos através da escuridão das folhagens para a área reservada àqueles que podem voar. À medida que o burburinho das lagartas deixa nossos ouvidos, experienciamos a grandiosidade dos seres alados. Adejando de árvore em árvore em pleno brilho da luz do sol estão miríades de livres e voadoras lagartas, chamadas borboletas, gloriosamente coloridas, cada uma adornada com o esplendor das cores do arco-íris, algumas que até eram amigas da lagarta grande, peluda e escura lá embaixo, cada uma com um sorriso na face em meio à abundância de comida – cada uma transformada pelo magnífico dom do espírito da Floresta.
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Tradução:  Rômulo Grandi (jul2003)
Autor: Kryon - http://www.kryon.com/k_14.html
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Rômulo Grandi
Mestre em Reiki
Consultor em Astrologia e Terapias Holísticas