Dias de Escuridão

A noite mais longa do ano

Vivemos dias de máxima escuridão. O sol, visto do Hemisfério Sul, faz o percurso mais baixo no céu, em direção ao norte. Solstício vem do latim “sol + sistere”, o sol que não se mexe. Em latitudes próximas ao Polo Sul, o sol mal sobe no horizonte e os dias são tão curtos que a noite parece eterna. Pelo lado positivo, a escuridão da noite alimenta os sonhos e regenera as forças.

Os povos antigos  faziam rituais, no solstício de inverno, para o sol retornar à sua posição alta no céu: a vitória da luz, o renascer, um recomeço.

Imagem Danilo Pivato

 

Os feriados, rituais e festivais de inverno são oportunidades para encontro e celebração deste mito. No hemisfério norte, este momento é celebrado nas festas natalinas: o nascimento simbólico do Cristo celebra o retorno da luz. No hemisfério sul, celebramos São João. 

Pos 3, trajetória do sol mais baixa no horizonte, solstício de inverno no hemisfério sul.

Em várias mitologias, o nascimento de um deus está associado ao solstício de inverno, simbolizando o despertar da natureza, representado também pela árvore de natal, velas, luzes e a guirlanda trançada com plantas perenes. Ou pela fogueira de São João, no hemisfério sul. Os pagãos escandinavos e germânicos do norte da Europa comemoram o Yule, também chamado de Jul, Julblot, jolablót, midvinterblot, julofferfest – relacionado a Odin.

Inverno no hemisfério sul: pela inclinação do eixo da terra, o sul recebe menor incidência de raios solares.

Monumentos do neolítico e da idade do bronze apontam para o nascer do sol no solstício de inverno, como o de Stonehenge, na Inglaterra - ou solstício de verão, como Newgrange, na Irlanda.  Marcar as estações era importante para saber quando semear e quando estocar alimentos. Sacrifícios eram oferecidos aos deuses para garantir boas colheitas. 

No Império Romano, o Sol Invictus, originalmente um deus sírio, foi adotado como o deus principal, na regência de Aureliano, e celebrado em 25 de dezembro.

Fogueira de São João

As fogueiras juninas têm origem pagã de tradição europeia, tendo sido acesas para a celebração do solstício de verão, no final de junho no hemisfério norte. A partir da Idade Média, a Igreja Católica cristianizou as festividades de verão em tributo aos santos. 

São João é o único santo da igreja católica cuja festa é celebrada em torno de seu nascimento, no dia 24 de junho – e não da sua morte. Segundo algumas tradições, Santa Isabel anunciaria o nascimento de seu filho, João Batista, acendendo uma fogueira tão grande que poderia ser vista à distância por Santa Maria.

Segundo o folclore, a fogueira de São João deve ter uma base arredondada, a de Santo Antônio deve ser quadrada e a de São Pedro, triangular. O fogo também tem o simbolismo de purificação e renovação, de queimar tudo o que não nos serve para iniciar um ciclo renovado.

Fazem parte dos rituais das festas juninas: os fogos de artifício (para espantar os maus espíritos), balões (para lembrar as pessoas), bandeirolas (em que eram pregadas as imagens dos santos), a dança de quadrilha (danças circulares, simbolizando os ciclos – em agradecimento pelas colheitas), comidas e bebidas típicas, como canjica e quentão.

Erva e cipó de São João

Hipericum - Erva de São João

 

Os terapeutas holísticos podem verificar o simbolismo e uso das essências florais Saint John’s Wort (Erva de São João), além do óleo essencial e do remédio homeopático Hipericum, na proteção durante o sono, como antidepressivo, calmante - e a essência floral Ignea/Cipó de São João, na purificação de aspectos egoicos e materialistas.

Cipó de São João - Pyrostegia ignea

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Rômulo Grandi

Mestre em Reiki
Consultor em
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