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24 de jan. de 2011

A Lagarta Peluda - uma parábola de Kryon

Parábolas de Kryon

"A Lagarta Peluda"



Na floresta a vida efervescia e, por debaixo do tapete de folhagens que cobria o chão, a grande e peluda lagarta falava ao seu grupo de lagartas seguidoras. Pouco havia mudado naquela comunidade. O trabalho da lagarta grande e peluda era tomar conta do grupo para que as tradições fossem mantidas e respeitadas. Afinal de contas, elas eram sagradas.
“Diz que”, falou a lagarta grande e peluda entre mastigadas no seu eterno lanche de folhas, “há um espírito da floresta que está, por todo o lado, oferecendo às lagartas um grande negócio”. Nham, nham, nham. “Eu decidi me encontrar com este espírito e depois vou lhes aconselhar sobre o que devemos fazer.”
“Onde é que você encontrará este espírito?”, perguntou uma das seguidoras.
“Ele virá até mim”, disse a peluda. “Afinal de contas, como vocês sabem, não posso ir muito longe. Não há comida além da vala. Não posso ficar sem comida.” Nham, nham, nham.
Então, quando a grande lagarta ficou sozinha, ela chamou pelo espírito da floresta e, algum tempo depois, o grande e silencioso espírito veio até ela. O espírito da floresta era belo, mas estava parcialmente oculto, já que a lagarta não estava acostumada a sair de sua aconchegante cama de folhas.
“Não consigo ver muito bem a sua face”, disse a lagartona.
“Venha um pouco mais para cima”, disse o espírito da floresta com uma voz gentil. “Eu estou aqui para que me veja.” Mas a lagarta permanecia no mesmo lugar onde estava. Afinal de contas, aquela era a sua casa e o espírito da floresta era o convidado.
“Não, obrigada”, disse a grande e peluda lagarta. “Vai me dar muito trabalho. Diga-me, que estória é essa que tenho escutado sobre um grande milagre oferecido apenas às lagartas – nem às formigas, nem às centopéias – apenas às lagartas?”
“É verdade”, disse o espírito da floresta. “Vocês mereceram um presente maravilhoso. E se vocês decidirem que o querem, lhes direi como obtê-lo.”
“Como foi que o merecemos?”, perguntou a grande e peluda lagarta, ocupada com a terceira folha desde o início da conversa. “Não me lembro de ter pedido nada.”
“Vocês o mereceram através dos maravilhosos esforços de toda uma vida mantendo sagrada a floresta”, disse o espírito.
“Pode apostar!”, exclamou a lagartona . “Eu faço isso todo santo dia, todo santo dia. Cê sabe, eu sou a líder do grupo. E é por isso que tá falando comigo e não com uma outra lagarta qualquer.” Ao ouvir este comentário, o espírito da floresta sorriu para a lagarta, embora ela não o tenha visto, já que havia decidido permanecer entre as folhagens. “Eu tenho mantido a floresta sagrada por muito tempo”, disse a lagarta. “O que eu ganho com isso?”
“É um presente maravilhoso”, respondeu o espírito da floresta. “Você agora, por meio de seus próprios esforços, é capaz de se transformar em uma belíssima criatura alada e voar! Suas cores serão magníficas e sua mobilidade surpreenderá a todos que a virem. Você poderá sobrevoar a floresta e ir a todas as partes que desejar. Você será capaz de encontrar comida em qualquer lugar e ainda encontrar outras belas criaturas aladas. Tudo isto poderá fazer imediatamente, se o quiser.
“Lagartas que voam?”, resmungou a peluda. “Não dá para acreditar! Se isto for verdade, então me mostre algumas destas lagartas voadoras. Eu quero vê-las.”
“É fácil”, respondeu o espírito. “Basta viajar para um lugar mais alto e olhar à sua volta. Elas estão por todo o lado, esvoaçando de galho em galho, tendo uma maravilhosa e abundante vida ao sol.”
“Sol?!”, exclamou a lagarta. “Se você for realmente o espírito da floresta, deve saber que o sol é quente para nós, lagartas - assa a gente, é o que faz - não é bom para nossos pêlos, cê sabe... temos que ficar no escuro - nada pior do que uma lagarta com o pêlo estragado.”
“Quando vocês se transformam na criatura alada, o sol aumenta sua beleza”, disse o espírito de maneira gentil e paciente. “Os antigos métodos de sua existência irão mudar dramaticamente, e vocês irão abandonar os velhos hábitos de lagartas no solo da floresta à medida que se alçam aos novos hábitos dos seres alados.”
A lagarta se calou por um instante. “Você quer que eu abandone a minha cama confortável e viaje para um lugar alto, exposto ao sol, só pr'eu ver uma prova?”
“Se você precisa de provas é o que tem que fazer”-  respondeu o paciente espírito.
“Não,” disse a lagarta, “não posso fazer isso. Preciso comer, cê sabe, né?. Não posso ir espiar em lugares estranhos e altos, debaixo de sol, quando tem trabalho por aqui. Perigoso demais da conta! De qualquer modo, se você fosse o espírito da floresta, deveria saber que os olhos das lagartas apontam pra baixo e não pra cima. O grande espírito da Terra nos deu bons olhos que apontam pra baixo para que possamos achar comida - qualquer lagarta sabe disso. O que você pede não parece muito o jeito das lagartas” - disse a peluda, cada vez mais desconfiada. “Olhar para cima não é uma coisa que fazemos toda hora”. A lagarta ficou quieta por um instante. “Então como conseguimos fazer esse negócio de voar?”
O espírito da floresta então explicou o processo da metamorfose. Ele explicou como a lagarta teria que se comprometer com a mudança, uma vez que ela não poderia revertê-la depois de iniciada. Ele explicou como a lagarta usaria sua própria biologia, enquanto estivesse dentro do casulo, para se transformar em uma criatura alada. Ele explicou como a mudança demandaria um sacrifício, um período de quieta escuridão enquanto estivesse no casulo até que tudo estivesse pronto para ela atingir a graduação de uma criatura voadora, bonita e multicolorida. A lagarta escutou em silêncio, sem interromper, exceto pelos ruídos da mastigação. Nham, nham, nham.
“Deixe-me ver se entendi bem”, disse afinal a lagarta, de maneira irreverente. “Você quer que todas nós nos deitemos e criemos a intenção para que alguma coisa biológica, da qual nunca ouvimos falar, nos domine. Então temos que deixar essa tal coisa biológica nova nos encasular totalmente no escuro durante meses?”
“Sim”, respondeu o espírito da floresta, sabendo bem até demais o rumo que a conversa tomaria em seguida.
“E você, como o grande espírito da floresta, não vai fazer isto por nós? Teremos que fazê-lo por nós mesmas? Eu pensei que havíamos merecido isso.”
“Mas vocês mereceram”, disse o espírito calmamente. “E ainda ganharam o poder de se transformarem com a nova energia da floresta. Mesmo agora, sentada em sua folha, seu próprio corpo já está equipado para fazer tudo isto.
“O que aconteceu com os dias em que a comida caía do céu, as águas se separavam e os muros das cidades caíam – coisas desse tipo? Não sou estúpida, cê sabe. Posso ser grande e peluda, mas tenho estado por aí já há um tempão. O espírito da Terra sempre faz o trabalho pesado e só o que temos que fazer é seguir as instruções. De qualquer modo, se todas nós fizéssemos o que pediu, morreríamos de fome! Qualquer lagarta sabe que tem que comer o tempo todo...” Nham, nham, nham... “para permanecer viva. Esse seu negócio novo aí parece meio suspeito pra mim”.
A lagarta pensou por um tempo e disse “Dispensado!!!” para o espírito da floresta, enquanto se virava procurando o lugar para a próxima mordida. O espírito da floresta partiu calmamente, como lhe foi pedido, enquanto escutava a lagarta resmungando para si mesma, “Lagartas que voam! Essa é demais!”, nham, nham.
No dia seguinte, a lagarta promulgou um edital e reuniu suas seguidoras para uma conferência. Tudo transcorria calmamente enquanto a multidão escutava com atenção o que a lagartona peluda tinha a dizer sobre seu futuro.
“O espírito da floresta é do mal”, proclamou a lagarta às suas seguidoras. “Ele quer nos enganar e nos levar para um lugar muito escuro onde fatalmente morreremos. Ele quer que acreditemos que de alguma forma nossos próprios corpos irão nos transformar em lagartas voadoras. Tudo o que temos que fazer é parar de comer por alguns meses!” Frase esta que surtiu uma grande gargalhada.
"O senso comum e a história podem lhes mostrar como o grande espírito da Terra sempre trabalhou”, continuou a lagarta. “Nenhum espírito do bem jamais irá conduzi-las a um lugar escuro! Nenhum espírito do bem irá lhes pedir que vocês mesmas façam coisas que são tarefas de Deus! Tudo isso é um truque do grande espírito demoníaco da floresta”. A lagarta se inflou com um ar de arrogância, pronta para o próximo comentário. “Eu me encontrei com o maligno e o reconheci!” As outras lagartas ratificaram esta afirmação e ficaram agitadas. Carregaram a lagartona peluda em suas pequenas costas peludas enquanto a adoravam por tê-las salvado da morte certa.
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Agora deixamos para trás este festival de lagartas e subimos gentilmente através da floresta. Enquanto a comoção lá embaixo começa a se distanciar de nossos ouvidos, passamos através do tapete de folhas que protege o chão da floresta das luzes do sol. Gentilmente nos movemos através da escuridão das folhagens para a área reservada àqueles que podem voar. À medida que o burburinho das lagartas deixa nossos ouvidos, experienciamos a grandiosidade dos seres alados. Adejando de árvore em árvore em pleno brilho da luz do sol estão miríades de livres e voadoras lagartas, chamadas borboletas, gloriosamente coloridas, cada uma adornada com o esplendor das cores do arco-íris, algumas que até eram amigas da lagarta grande, peluda e escura lá embaixo, cada uma com um sorriso na face em meio à abundância de comida – cada uma transformada pelo magnífico dom do espírito da Floresta.
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Tradução:  Rômulo Grandi (jul2003)
Autor: Kryon - http://www.kryon.com/k_14.html
Free download: http://www.kryon.com/cartprodimages/downloadParables.html 
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Rômulo Grandi
Mestre em Reiki
Consultor em Astrologia e Terapias Holísticas