As massas feitas com farinha de trigo branca podem estar intoxicando a população, causando quatro milhões de mortes por ano devido à diabetes.
E o problema não é o glúten. Saiba mais!
O grão do trigo
O cultivo do grão do trigo surgiu há cerca de 10.000 a.C., com as primeiras práticas de agricultura. Hoje é o
segundo alimento mais consumido no mundo. Contudo, para ser consumido,
por sua casca ser dura, era necessário moer o grão entre pedras,
esmagando assim sua camada externa. Surgiu assim a primeira farinha de
cereal integral, cujo pó era grosso, nada similar à farinha branca que conhecemos hoje.
Os grãos, porém, ao serem esmagados, faziam com que seu óleo escorresse
e, exposto ao ar, tornava-se rançoso. Então, no século XIX, com o
surgimento da moagem industrial, o trigo se transformou em um pó fino. O
desperdício então deixou de ser um inconveniente, e ele passou a durar
meses na despensa. (6)
A farinha de trigo no passado
Há
poucas décadas o trigo era moído para consumo doméstico ou local, em
moinhos d'água ou de manivela, num processo lento - e a farinha
envelhecia naturalmente.
Hoje em dia são produzidos milhões de quilos de farinha por dia, nas indústrias, sob altas temperaturas e em alta velocidade.
O
pão produzido atualmente não se parece com o pão produzido pelos nossos
antepassados, antes da revolução industrial, no século XIX.
Refino do trigo para fabricar a farinha branca
O processo de refinamento basicamente limita a farinha ao endosperma do
grão, formado por carboidrato e proteína, que no caso do trigo é o
glúten. Ou seja, ele é desprovido da sua camada externa, rica em fibras,
e do germe, rico em proteína e vitaminas do complexo B. (6)
O que é retirado no processo de refino:
- Metade dos ácidos graxos não saturados
- Praticamente toda a vitamina E
- 50% de cálcio
- 79% de fósforo
- 80% de ferro
- 90% de magnésio
- 50 a 80 % de vitaminas B
Perdem-se as fibras que retardam a absorção de glicose e sobra um carboidrato simples, transformando a farinha num alimento com alto índice glicêmico. (5)
Além disso, a
farinha, que naturalmente é castanha, passa por um processo de
clareamento com a utilização de dióxido de cloro, que quando entra em
contato com a proteína da farinha, forma outra substância química,
aloxana.
Branqueamento da farinha
Um produto semelhante ao cloro é usado para branquear a farinha, para efeitos estéticos. Mas um subproduto é formado, chamado "
aloxana". Ela promove a destruição das células beta no pâncreas, que produzem insulina.
Essa substância química cuja composição é C
4H
2O
4N
2,
é resultado da decomposição do ácido úrico e um subproduto do cloro
gasoso, usado como agente branqueador da farinha de trigo. Esse gás
possui elevado poder oxidante e pode se tornar letal, caso seja inalado.
A
Aloxana é tão eficaz na destruição de células beta que é
a droga de laboratório padrão usada para induzir artificialmente
diabetes em ratos para testes de drogas e outros estudos. (5)
Aloxana
A
aloxana é um sub-produto do branqueamento da farinha de trigo, após seu refino. Não pode ser retirada. Não existem muitos estudos sobre o efeito da aloxana a longo prazo no corpo humano.
A aloxana é uma toxina caracterizada como pesticida, oxidante, irritante
e letal pela Agência de Proteção Ambiental Americana, porém nunca é
mencionada no rótulo dos produtos que utilizam a farinha de trigo
branca. (6)
Em animais de laboratório, ela leva ao desenvolvimento de
diabetes, uma vez que ela destrói a função pancreática dos mesmos. A
substância inclusive é utilizada pelos cientistas para induzir a chamada
diabetes aloxânica, em estudos feitos com animais.
Ela danifica
as células beta das ilhotas pancreáticas, grupo de células cuja função é
produzir a insulina, hormônio responsável por captar a glicose do
sangue e levar para os tecidos. Por ser uma substância similar à
glicose, a aloxana é absorvida muito rapidamente, e logo após produz
radicais livres que destroem as células beta, inibindo assim a produção
de insulina.
Em um estudo que avaliou os níveis da substância em
crianças diabéticas demonstrou-se que elas possuíam uma quantidade
estatisticamente maior no organismo, quando comparadas às crianças
saudáveis. (6)
A aloxana, um dos agentes diabetogênicos mais estudado e comumente utilizado no meio científico para a indução do diabetes experimental, provoca sinais semelhantes aos encontrados na síndrome diabética em humanos, tais como perda de peso corporal, glicosúria, polifagia, polidipsia, hiperglicemia, cetonúria, cetonemia, além de possuir pequena ação oncogênica e menor custo comparada a STZ (Lerco et al., 2003; Cavalli et al., 2007; Ribeiro et al., 2007).Essa droga possui citotoxicidade específica para as células β do pâncreas, causando danos aos vasos sanguíneos das ilhotas pancreáticas, provocando a morte das células e quadro clínico de diabetes mellitus tipo 1 (Lerco et al., 2003; Santos Junior, 2006; Cavalli et al., 2007; Ribeiro et al., 2007; Lenzen, 2008)
A aloxana promove uma liberação maciça de insulina, presumivelmente em virtude do influxo de íons cálcio ao citosol das células β, no entanto, trata-se de uma liberação de curta duração, seguida por completa supressão da resposta das ilhotas pancreáticas à glicose, em decorrência de necrose das células β (Szkudelski et al., 1998; Lima et al., 2001; Szkudelski, 2001). A ação da aloxana no pâncreas é precedida por sua rápida absorção e acúmulo nas células beta, atribuída a uma elevada taxa de captação da droga por essa célula, através do transportador de glicose GLUT2 presente no plasma (Lima et al., 2001; Szkudelski, 2001; Zanoello et al., 2002; Cavalli et al., 2007; Lenzen, 2008). Portanto os efeitos patológicos da aloxana podem ser atribuídos as suas propriedades químicas, a absorção seletiva celular e ao acúmulo da mesma (Lenzen, 2008). (3)
A injeção de aloxana 2% na via endovenosa do rato acompanhou-se de um índice de mortalidade de 39%, tendo produzido diabetes grave também em 39% dos animais. O diabetes foi caracterizado por queda progressiva do peso corporal, elevação substancial da ingestão hídrica, ingestão alimentar e da diurese, com valores glicêmicos acima de 300 mg/dl, glicosúria 3+ e, eventualmente, cetonúria. O diabetes não altera o perfil de colesterol e lípides de ratos a longo prazo. Os estudos revelam que a aloxana produz, no rato, alterações clínicas e laboratoriais características de diabetes grave, as quais possibilitam estudos a longo prazo do diabetes. (4)
Diabetes Mellitus
Estima-se que existam cerca de 150 milhões de diabéticos no mundo, e a projeção da Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2025 é que esse número dobre. O diabetes é uma doença altamente incapacitante, aumentando em 25 vezes a susceptibilidade do desenvolvimento de cegueira. Aumenta também em 17 vezes a chance de desenvolvimento de nefropatias, em 5 vezes amputação de membros e o dobro de risco para doenças cardiovasculares, quanto comparado a indivíduos não diabéticos.(6)
A hiperglicemia persistente no diabetes mellitus leva a complicações microvasculares, predominando a retinopatia, nefropatia e neuropatias debilitantes, e a complicações macrovasculares, como o acidente vascular cerebral, doenças que afetam artérias que suprem o coração, cérebro e extremidades inferiores. Juntas, essas doenças fazem do diabetes a sétima causa de óbitos no mundo desenvolvido (Zanoello et al., 2002; Kirsten, 2006; Cavalli et al., 2007; Ribeiro et al., 2007). (1)
As consequências sociais e econômicas são consideradas devastadoras, uma vez que, quatro milhões de mortes por ano estão relacionadas ao diabetes e suas complicações, o que representa 9% da mortalidade mundial total (Vasconcelos et al., 2008). (2)
Tratamento Homeopático
É baixo o número de artigos publicados usando a homeopatia no tratamento de uma doença relativamente comum na prática clínica. A baixa qualidade dos estudos relacionados é evidente pela fraca metodologia dos estudos publicados. (7)
Flores et all (FLORES 1988) no México, publicaram artigo de estudo comparativo de alguns medicamentos no tratamento de diabetes. Citam o uso de Syzigium, Uranium nitricum, Tronadora e Phosphorus comparados a medicamentos alopáticos (biguanidas e tolbutamida) em ratas com diabetes induzidos por Aloxana. Os resultados são favoráveis à Syzygium e Uranium e biguanidas, com tolbutamida e Tronadora tendo resultados incertos, e Phosphorus tendo apresentado bons resultados apenas na fase inicial. (7)
Em 2001, Orozco et al (OROZCO 2001) publicaram um estudo experimental do uso de Aloxana CH 30 para tratamento de ratas intoxicadas por Aloxana propiciando a destruição das ilhotas de Langerhans do pâncreas. Houve regeneração destas ilhotas após tratamento de ratas com doses mínimas de Aloxana . As ratas apresentaram recuperação da arquitetura do pâncreas. O estudo propõe o tratamento em humanos com Aloxana CH 30 para este fim. (7)
O uso de tratamento alternativo e complementar para pacientes com diabetes foi estudado na Índia (MEHROTRA 2004). Este artigo mostra que naquele país 68% dos pacientes com DM utilizam algum tratamento complementar. Segundo o estudo, os pacientes consideram a Homeopatia uma das terapias com maior benefício no tratamento de diabetes. (7)
Uma importante contribuição desta pesquisa foram os artigos publicados principalmente pelos pesquisadores mexicanos, argentinos e franceses sobre a discussão da patogenesia dos medicamentos utilizados em suas experiências. Os autores relatam as medicações características que trazem os sintomas comuns dos indivíduos portadores de diabetes mellitus. Entre os mais estudados estão Sulphur, Arsenicum album e Phosphorus. Outros medicamentos relatados são Natrum muriaticum, Silicia terrea e Kali phosphoricum. Há descrição das características de cada um dos sintomas principais que apresentam os indivíduos portadores de diabetes com suas queixas: polidipsia, poliúria e polifagia que são de suma importância para encontrar o remédio individual de cada um. Neste exercício, vale informar que vários autores mexicanos e franceses descrevem quatro pequenos medicamentos que podem ajudar na prescrição de indivíduos portadores de diabetes. São eles Syzygium jambolanum, Cecropia sp, Phloritzinum e Aloxana. Esta última é uma substância utilizada para induzir laboratorialmente, em animais, hiperglicemia, provocando destruição histopatológica de células das Ilhotas de Langerhans e que usada de forma dinamizada pode levar a diminuição de efeitos clínicos de sintomas de diabetes como mostra a pesquisa realizada por Orozco (OROZCO 2001). (7)
Fontes:
(1), (2), (3): Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada,
"Diabetes mellitus experimental induzido com aloxana em ratos Wistar"
Valter Dias da Silva1; Rosa Maria Barilli Nogueira,
2015;36(1):9-15ISSN 1808-4532
(4) LERCO, Mauro Masson et al. Caracterização de um modelo experimental de Diabetes Mellitus, induzido pela aloxana em ratos: estudo clínico e laboratorial. Acta Cir. Bras. [online]. 2003, vol.18, n.2, pp.132-142. ISSN 0102-8650. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-86502003000200010.
(5) Marcos Taquechel, https://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/07/os-perigos-da-farinha-de-trigo-refinada-sobretudo-para-os-diabeticos.html
(6) http://www.nutrimind.net.br/artigos/o-perigo-da-farinha-de-trigo-refinada
(7) Carlos Eduardo Plá Bento, Monografia: Revisão bibliográfica crítica "A Homeopatia aplicada a indivíduos portadores de diabetes mellitus", ICEH, São Paulo, 2006
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