3 de jan. de 2013

Calendários e Regência Planetária


Calendários e seus propósitos

Existem mais de 40 calendários vigentes, segundo uma estimativa recente (1). Entre eles, o cristão (gregoriano), o chinês, o judaico, o indiano, o islâmico. Alguns são solares, outros lunares, outros mistos. Codificados em leis escritas ou transmitidos pela tradição oral, seus métodos de cálculo e compensação são muito diversos e intricados. Alguns replicam os ciclos astronômicos, outros mostram ambigüidades e descontinuidades.

Calendários têm o propósito de organizar a continuidade dos dias, o que nos dá um senso, embora ilusório, de controle e compreensão do tempo. Em muitas culturas, tinham um status sagrado, ficavam a cargo dos sacerdotes, faziam uma ligação entre a humanidade e o cosmos - e conferiam uma certa ordem social e identidade cultural. Proviam a base para plantio e colheita, caça, ciclos de migração e perpetuação dos mitos através da repetição dos rituais sagrados.

Solares, Lunares e Mistos

O calendário gregoriano segue o ciclo solar. O calendário islâmico é um dos que seguem os meses lunares. Outros calendários seguem um ciclo solar-lunar. Muitos países, que adotaram o gregoriano, ainda usam os antigos calendários para marcar suas festas tradicionais. Em muitas culturas antigas, como a dos romanos, celtas, babilônios, germanos e hebreus, o mês começava assim que se avistava a lua nova.

O ano tropical (intervalo entre dois equinócios vernais) tem duração aproximada de 365,24219 dias e o mês sinódico (intervalo entre duas luas novas) tem duração aproximada de 29,53059 dias. Um ano lunar, com suas 12 lunações sinódicas, tem 354,36707 dias. Como não são números inteiros e, além disso, os ciclos astronômicos não se mantêm fixos, os calendários não conseguem definir, para um ano, um número de dias inteiro e fixo que mantenha sincronicidade com o ano tropical ou com o ano lunar. Assim, usam fórmulas complexas para calcular anos e lunações e têm artifícios para compensar as diferenças que se acumulam ao longo dos séculos. Por exemplo, a introdução do dia 29/fev nos anos bissextos do calendário cristão gregoriano

Início do dia e da semana

Em algumas culturas, o dia começa à meia-noite, outras contam o começo do dia ao anoitecer (18:00). Alguns consideram o sábado como o primeiro dia da semana, outros o domingo e outros a segunda-feira (2).

Interessante é o calendário persa: o ano começa no equinócio vernal e, apesar de muito antigo, tem uma aproximação de cálculo do ano muito mais precisa, em relação à duração média do ano tropical, do que o gregoriano. Ele considera 683 anos bissextos num ciclo de 2820 anos, bem maior que o ciclo de 400 anos do calendário gregoriano. Assim, seu ano tropical é de 365 + 683/2820 = 365,2422, bem mais próximo do ano tropical que o gregoriano (365,2425). Os persas eram grandes astrônomos e astrólogos, sabiam muito bem perscrutar o céu!

Erro de cálculo no primeiro ano da era cristã

O início da contagem do calendário cristão foi criado arbitrariamente no séc. VI (523 d.C) por um monge, chamado Dionysius Exiguus, responsável por calcular a data da Páscoa. Ele fixou, em suas tabelas da Páscoa, que o Anno Diocletian 248 (248 anos a partir do reinado do imperador Dioclécio) corresponderia ao Anno Domini 532, contado a partir do nascimento de Cristo.

Só que ele errou. Ele determinou a data de nascimento de Cristo em 25.Dez.753 AUC (ab urbe condita, i.e. desde a fundação de Roma), fazendo o primeiro ano da era corrente (1 d.C.) começar em 1º.Jan.754 AUC. Há historiadores romanos que fazem a correspondência do Ano 1 d.C. com o ano 753 AUC e outros com o 755 AUC.

Cristo nasceu durante o império de Herodes. Este morreu em 750 AUC, o que significa que Cristo tem que ter nascido antes da morte de Herodes, ou seja, (754-750=4) antes de 4 a.C. Não houve ano zero e os historiadores acreditam que Jesus tenha nascido no ano 7 a.C...

Calendário Juliano

Júlio César implantou o calendário (juliano) de 12 meses baseado no ano solar, em 45 a.C. E moveu o começo do ano de 1º/mar para 1º/jan. Após a queda do Império Romano no séc. V, o ano-novo foi gradualmente realinhado para coincidir com os festivais cristãos, até que no séc. VII o dia de Natal marcava o começo do ano-novo em muitos países.

Início do ano

Em torno do séc. IX, partes da Europa meridional observavam o ano-novo no dia 25/mar (Dia da Anunciação, 9 meses antes do Natal). A Inglaterra só o adotou no séc. XII.

Com o ano começando em março, os nomes dos meses fazem sentido: o mês de 'SETE'mbro é o 7º, 'OCTO'bre o 8º, 'NOVE'mbro o 9º e 'DEZ'embro o 10º.

Calendário Gregoriano

Durante a Idade Média ficou aparente a falha do calendário juliano em ajustar as datas com os anos bissextos e os equinócios estavam 10 dias adiantados. Assim, em 1582, o Papa Gregório XIII ordenou a adotação do Calendário Gregoriano, retirou 10 dias do mês de outubro, mudou a fórmula de cálculo dos anos bissextos e estabeleceu 1º/jan novamente como primeiro dia do ano.

Mas muitos países protestantes, como a Inglaterra e suas colônias, não reconheciam a autoridade do papa e continuaram usando o calendário juliano, até 1752. Esta confusão perdurou por alguns séculos até que todos os países europeus adotassem o novo calendário.

2013 e Regência Planetária

O ano-novo solar de 2013 começa no dia 20/mar/2013 às 08:02 UTC-3, com o ingresso do Sol no signo de Áries, evento que marca o Equinócio de Outono no Hemisfério Sul (e de Primavera, no H. Norte).

O Ano-novo chinês começa no dia 10/fev/2013 e termina em 30/jan/2014 - o Ano da Serpente, de Água (Yin).

O Ano-novo 5774 judaico (Rosh Hashaná) começará no dia 05/set/2013 e se prolonga até 25/set/2014.

A astrologia lida com ciclos universais (astros, estrelas), a numerologia com sistemas locais (calendários, datas, número de dia, mês, ano, alfabetos, letras, etc). Os calendários são muitos e mostram anos com números diferentes: o número do ano é algo arbitrário e não universal.

A regência planetária anual depende do número do ano e, portanto, o seu cálculo não tem origem astrológica. É calculada pela correspondência, numa tabela, entre um número e um planeta na Estrela dos Magos. Este número é o resto da divisão do número do ano por 7. Assim 2013 / 7 = 287, resto 4, que, na tabela, correspondente a Saturno. Saturno é o regente do ano 2013, segundo a tradição dos caldeus.

Como vimos acima, o número do ano do calendário cristão foi criado arbitrariamente e houve um grave erro na datação do primeiro ano, que foi calculada aproximadamente 530 anos após o nascimento de Cristo.
 
Considerando-se que a regência planetária se origina da correspondência numa tabela entre um planeta e o número do ano no calendário e que 1) a tabela faz uma associação arbitrária entre planetas e números, 2) existem dezenas de calendários; 3) calendários diferentes podem indicar datas (e anos) diferentes para o mesmo dia; e 4) a contagem dos anos na era cristã no calendário gregoriano foi calculada com erro; conclui-se que a regência planetária é algo local, arbitrário, inexato e, portanto, não significativo.

Nota: em 2012 estivemos sob a regência da Lua: mãe, família, lar, ânima...e fica difícil associar os graves acontecimentos mundiais, que afetaram a política e a economia de 2012, com a Lua.

Considerações finais

Em termos coletivos, mais indicada do que a "regência planetária anual", sob meu ponto de vista, é a análise dos ciclos planetários (planetas ingressando em signos), assim como alguns aspectos entre planetas em trânsito e alguns aspectos com estrelas fixas - que envolvem, nestes casos, somente planetas lentos. Como, por ex, em 2013 teremos a continuação do trânsito de Urano, em trânsito, em quadratura com Plutão, em trânsito.

Mas o que acho mesmo fantástico, profundo, certeiro, fundamental, fascinante e imprescindível, mais do que as previsões da Astrologia mundial, é o estudo para o indivíduo, dos trânsitos, progressões e retorno solar! A interpretação destes estudos traz grande mudança na qualidade de vida da pessoa: as crises ganham significado e duração - e os períodos favoráveis podem ser melhor aproveitados! Já fiz milhares deles nestes mais de 26 anos de prática astrológica - e até hoje fico fascinado com a precisão da interpretação e a compreensão que trazem para os clientes! Eu acompanho meus trânsitos diariamente e posso garantir que a vida com o conhecimento astrológico ganha enorme sentido!

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___________

(1) Fraser, 1987
(2) ISO 8601

Fontes:
http://www.tondering.dk/claus/calendar.html
http://www.learnstuff.com/learn-about-calendars-from-various-cultures/
http://www.webexhibits.org/calendars/calendar-christian.html
http://eclipse.gsfc.nasa.gov/SEhelp/calendars.html#JulianCal
http://www.astrologie.com.br/estrelamagos.htm
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Rômulo Grandi
Mestre em Reiki
Consultor em Astrologia e Terapias Holísticas

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